quarta-feira, 13 de maio de 2009

Representação esquemática do arco aórtico

Arco aórtico

Conjunto de artérias embrionárias dos vertebrados, em geral seis pares, que ligam a aorta ventral à dorsal passando de cada lado entre as fendas branquiais.
A sua evolução é diferente nos diferentes grupos animais.
Nos peixes transformam-se nas artérias que transportam o sangue das brânquias num e noutro sentido. Nos tetrápodes os dois pares situados mais anteriormente degeneram e desaparecem. O terceiro par transforma-se na porção proximal das carótidas, o quarto origina as duas raízes aórticas, permanecendo apenas uma nos mamíferos e aves, a esquerda nos mamíferos e a direita nas aves. O quinto par de arcos aórticos degenera e desaparece, e o sexto par origina parte das artérias pulmonares.

Representação esquemática de alvéolos pulmonares

Alvéolos pulmonares

Alvéolos pulmonares

São microscópicos sacos onde terminam directamente as ramificações dos bronquíolos - ductos pulmonares. São de espessura celular e envolvidos por um denso retículo de capilares sanguíneos, sendo assim percorridos por uma película de sangue quase contínua. Os milhões de alvéolos que fazem parte dos pulmões aumentam extraordinariamente a sua superfície, constituindo uma enorme superfície que facilita as trocas gasosas.
Nesta enorme superfície, o sangue fica separado do ar alveolar por duas camadas de células, as células alveolares e as células das paredes dos capilares sanguíneos, cuja espessura no seu conjunto é inferior a um mícron.
Transporte nos animais

Sistema de transporte

Placas crivosas

Placas crivosas

Designação das paredes transversais providas de orifícios microscópicos, com cerca de dois micrómetros de diâmetro, que se encontram nas células dos tubos crivosos. É através desses orifícios que se estabelecem as ligações do citoplasma entre células consecutivas. É uma estrutura de contacto dos tubos crivosos.

Parênquima liberino

Parênquima liberino

Tecido formado por células vivas pouco diferenciadas que realizam funções de reserva. Encontra-se no floema.


Hipótese do fluxo de massa

Hipótese do fluxo de massa

Modelo que explica a deslocação da seiva nos vasos condutores, proposto por Ernst Münch em 1927. De acordo com esta hipótese, a sacarose desloca-se através dos vasos crivosos desde as fontes de produção, folhas e órgãos de reserva, no período da utilização das reservas, até aos locais de utilização que são os tecidos ou órgãos em formação ou crescimento, e os órgãos de reserva durante a fase de acumulação de reservas.
O mecanismo do fluxo de pressão é um exemplo de "deslocação em massa" na qual o açúcar é arrastado pela água. O movimento é provocado pela diferença de pressão no floema entre o local onde existe sacarose em elevada concentração - local de produção - e o local onde existe baixa concentração - local de consumo.
O transporte pode ocorrer em qualquer sentido, dependendo das necessidades metabólicas das diferentes componentes das plantas em determinado momento.

Esquema dos casos condutores das plantas

Vasos condutores (botânica)

Vasos condutores (botânica)

Nas plantas vasculares existem sistemas de transporte especializados na condução e distribuição das substâncias. A água, os sais minerais e os líquidos nutritivos são transportados em vasos condutores denominados xilema e floema.
O xilema, também designado por tecido lenhoso, lenho ou tecido traqueano, é especializado na condução de água e sais minerais (seiva xilémica ou seiva bruta) desde a raiz até aos restantes órgãos das plantas. É constituído por quatro tipos de células, os elementos condutores, formados pelos elementos de vaso e pelos elementos traqueídos, as fibras lenhosas e o parênquima lenhoso.
Os elementos condutores do xilema são células mortas com espessamentos de lenhina nas paredes laterais, que lhes confere rigidez. A sua principal função é a condução de água e sais minerais. Os elementos de vaso apresentam perfurações, o que permite diferenciá-los dos traqueídos.
As fibras lenhosas, células mortas, alongadas e com paredes celulares espessas, são responsáveis pelo transporte no xilema.
O parênquima lenhoso, constituído por células vivas de paredes celulares finas, tem função de reserva.
O transporte da seiva bruta no xilema é um processo muito rápido e explicado que pode ser explicado por duas teorias, a da pressão radicular e a da tensão-coesão-adesão.
O floema, tecido crivoso, tecido liberino ou líber, é especializado no transporte de água e substâncias orgânicas, resultantes da fotossíntese (seiva floémica ou seiva elaborada) das folhas até aos outros órgãos das plantas vasculares. É constituído por quatro tipos de células: células do tubo crivoso, células de companhia, fibras liberinas e parênquima liberino.
As células do tubo crivoso, células vivas e especializadas, ligadas topo a topo e com orifícios nas paredes transversais (placas crivosas), têm por função a condução de água e substâncias orgânicas.
As células de companhia, células parenquimatosas vivas, encontram-se associadas aos tubos crivosos por ligações citoplasmáticas.
As fibras liberinas, células mortas de paredes espessas, desempenham a função de suporte.
O parênquima liberino, constituído por células vivas pouco diferenciadas e de paredes finas, tem função de tecido de reserva.
O transporte da seiva elaborada no floema é explicado pela hipótese de fluxo de massa.
Em geral, o floema só é activo num único período vegetativo, formando-se em cada período um novo floema.
O xilema e o floema são constituídos por mais de um tipo de células, sendo por isso designados de tecidos complexos.

Transpiração (botânica)

Transpiração (botânica)

Fenómeno pelo qual as plantas perdem água sob a forma de vapor. Embora a transpiração possa ocorrer em qualquer parte da planta exposta ao ar, as folhas constituem o principal órgão onde se desenrola este processo.
É ao nível dos estomas das folhas que ocorre a transpiração, uma vez que a presença de uma cutícula, que recobre a epiderme foliar, torna estes órgãos praticamente impermeáveis à água.
Como se trata de um processo muito dispendioso para as plantas, a quantidade de água perdida por transpiração é controlada. Este controlo ocorre ao nível dos estomas, através da sua abertura ou fecho.

Teoria da tensão-coesão-adesão

Teoria da tensão-coesão-adesão

Teoria segundo a qual o transporte da seiva xilémica nas plantas vasculares é explicada pela dinâmica criada por dois fenómenos relacionados: a transpiração estomática, a nível foliar, e a absorção radicular.
A teoria da tensão-coesão-adesão defende que o transporte de água e solutos da raiz para os restantes órgãos da planta deve-se a vários processos que ocorrem de forma sequencial. A transpiração põe em movimento este transporte. A perda de água traduz-se num défice que cria uma força de tensão que se propaga ao xilema e deste às células da raiz, promovendo a absorção de água ao nível da raiz. As moléculas de água, por acção de forças de coesão, unem-se por pontes de hidrogénio, facilitando a sua ascensão em coluna no xilema. Por acção de forças de adesão, estabelecem-se ligações entre as paredes do xilema e as moléculas de água, que também facilitam a ascensão da coluna de água.
A coluna contínua em que a água ascende nos vasos xilémicos é denominada corrente de transpiração.

Teoria da pressaõ radicular

Teoria da pressão radicular

Teoria que defende que é a pressão radicular que permite a ascensão, através do xilema, da água absorvida, desde a raiz até à extremidade superior da planta. Esta ascensão deve-se à ocorrência de forças osmóticas, que resultam da constante entrada de iões por transporte activo do solo para as células da raiz, o que cria um gradiente osmótico que leva à entrada de água.
O efeito da pressão radicular pode ser observado em fenómenos como a exsudação - saída de seiva xilémica em zonas de corte de caules de algumas plantas - e a gutação - libertação de seiva xilémica ao nível das folhas.
A pressão radicular é uma das teorias usadas para explicar o transporte no xilema, embora apresente algumas lacunas. Por exemplo, a ascensão da água até ao topo de certas árvores não é explicada por completo pela pressão radicular. Algumas árvores não apresentam sequer pressão radicular e na maioria das árvores não ocorrem nem a exsudação nem a gutação.
Tensão da água

Força de atracção entre moléculas unidas. A coesão proporciona a força que permite que a coluna de água do xilema esteja distribuída por toda a planta, sem qualquer interrupção. A teoria da coesão-tensão explica a continuidade do fluxo fluido através de todo o xilema da planta. A água sai da planta por transpiração, que cria uma tensão que atrai a água do xilema como se toda ela constituísse uma coluna equilibrada pela força da coesão.

Raíz (botânica)

Raíz (botânica)

Estrutura vegetal tipicamente subterrânea e, geralmente, especializada na absorção de água e sais minerais, fixação da planta substrato. A raiz pode ainda armazenar substâncias de reserva (por ex.: raízes tuberosas ou tuberculosas, como a cenoura).
A raiz desenvolve-se, normalmente, a partir da radícula do embrião - raiz seminal -, mas pode ter origem em caules, gemas caulinares ou gemas folheares - raiz adventícia.
As raízes podem ser subterrâneas, aquáticas ou aéreas. Existem ainda raízes haustórias ou sugadoras - parasitam outras plantas - ou pneumatóforas - raízes de geotropismo negativo, que permitem a toca de gases das partes submersas.
A primeira raiz que se forma denomina-se raiz primária ou principal. A partir da raiz principal podem desenvolver-se raízes secundárias. Este processo termina quando se forma todo o sistema radicular.
Numa raiz típica podem-se encontrar as seguintes zonas:
- zona apical, onde se situa a coifa ou caliptra. À medida que a raiz cresce em comprimento, a caliptra ou coifa introduz-se no solo. Este processo destrói as camadas externas de células, que são substituídas por outras novas;
- zona de crescimento, onde ocorre o crescimento/alongamento da raiz, cujas células deixam de se dividir crescendo em comprimento.
- zona pilosa ou de absorção, em que as células da epiderme se diferenciam e formam os pêlos radiculares ou absorventes. A vida dos pêlos absorventes é curta, pois à medida que a raiz cresce formam-se pêlos radiculares, enquanto os que se encontram mais afastados da coifa morrem;
- zona de ramificação, de onde partem as raízes secundárias, que optimizam as funções da raiz ao ampliar a superfície de absorção e fixação;
- colo, zona de transição entre a raiz e o caule.
De acordo com a sua forma, as raízes podem ser:
- raízes aprumadas, quando existe uma raiz principal, mais grossa, que se destaca nitidamente das outras, mais finas (por ex.: pinheiro);
- raízes fasciculadas, em que a raiz principal não se distingue das raízes secundárias, possuindo uma dimensão semelhante (por ex.: milho).
Em relação à sua consistência, as raízes podem ser herbáceas, carnudas, lenhosas, tuberosas, tuberculosas ou fistulosas.
Procâmbio

É um tecido vegetal (meristema primário) constituído pelo meristema apical dos caules e das raízes. É constituído por células largas, dispostas paralelamente relativamente ao eixo da planta. O procâmbio origina posteriormente o tecido vascular.


Tecido parenquimatoso amiláceo da batateira

Parênquima

O parênquima propriamente dito é um tecido vegetal definitivo formado a partir do meristema fundamental, de constituição simples e formado por células vivas, grandes, com uma grande quantidade de vacúolos e cloroplastos e que apresentam paredes finas, não lenhificadas. O parênquima é o tecido mais abundante nas plantas.
A função do parênquima depende do local onde se encontra.
O parênquima clorofilino é constituído por células pouco especializadas, com numerosos cloroplastos, cujas paredes se mantêm finas. Encontra-se fundamentalmente nas folhas e nos caules e muito raramente nas raízes. Atendendo à disposição e forma das células, o parênquima clorofilino pode ser lacunoso, constituído por células mais ou menos esféricas que formam lacunas entre elas, ou em paliçada, constituído por células prismáticas muito alongadas verticalmente, com numerosos cloroplastos.
O parênquima de reserva (embora esta função ocorra na maioria dos parênquimas, neste a especialização é mais significativa) pode armazenar amido (parênquima amiláceo) como acontece na batata, gorduras, ácidos, essências, entre outras substâncias, e pode encontrar-se em qualquer tipo de órgão vegetal.

A gutação

A gutação é um processo de secreção de água do interior das folhas para a sua superfície através de hidátodos. Ocorre por acção da pressão radicular e leva à formação de gotículas de água na superfície foliar.
A absorção da água pelas plantas ocorre directamente através da epiderme da raiz, em grande parte na região dos pêlos radiculares. A partir destes, a água movimenta-se através do córtex, da endoderme e do periciclo, penetrando no xilema primário até às folhas, onde ocorre a transpiração. Quando a transpiração se processa de modo muito lento ou não se realiza, como durante a noite, as células da raiz podem ainda transferir iões para dentro do xilema. Em consequência, o potencial de água do xilema torna-se mais negativo, e a água penetra no xilema por osmose através das células circundantes. Deste modo, desenvolve-se uma pressão positiva, denominada pressão radicular, que força a subida da água e dos iões até às folhas. É esta pressão radicular que está na origem do processo de gutação.
As gotículas de água formadas por gutação podem confundir-se com as de orvalho, que não têm origem no interior da folha, mas resultam da condensação do vapor de água da atmosfera.
Feixe simples

Designação dos feixes condutores que se encontram no parênquima medular do cilindro central de uma estrutura primária de raiz.


Feixe duplo e colateral

Designação dos feixes condutores que se encontram no cilindro central da estrutura do caule das monocotiledóneas e que se distribuem de maneira irregular. Por vezes, dependendo da espécie, os feixes líbero-lenhosos são envolvidos por tecido de protecção, colênquima ou esclerênquima, conforme a idade da planta.
Feixe condutor fechado

Designação dos feixes condutores duplos e colaterais que se encontram distribuídos de forma irregular no cilindro central da estrutura do caule das monocotiledóneas, não se encontrando entre eles qualquer meristema.