sexta-feira, 5 de junho de 2009

Controlo neuro-hormonal da digestão

O aparelho digestivo apresenta um sistema nervoso intrínseco, que vai desde o esófago até ao ânus, sendo responsável pelo controlo dos movimentos e secreções. No entanto, os estímulos nervosos simpáticos e parassimpáticos alteram o grau de actividade do sistema nervoso intrínseco: os estímulos parassimpáticos aumentam o grau de actividade enquanto que os estímulos simpáticos provocam uma diminuição da mesma.
O sistema nervoso intrínseco é constituído por duas camadas de neurónios e fibras conectoras, tendo a mais externa o nome de plexo mioentérico ou de Auerbach (situado entre as duas camadas musculares e responsável pelos movimentos gastrointestinais) e a mais interna o nome de plexo submucoso ou de Meissner (localizado a nível da submucosa e responsável pelo controlo da secreção e por determinadas funções sensoriais, captando sinais das terminações nervosas sensitivas especializadas na quimiorrecepção e mecanorrecepção).
A estimulação do plexo mioentérico, de forma a desencadear um aumento de actividade, origina diversos tipos de resposta, como o aumento da contracção tónica, da intensidade e frequência das contrações rítmicas e da velocidade de condução das ondas excitatórias ao longo do tubo digestivo.
Para além do controlo neural da motilidade através do plexo nervoso mioentérico e do sistema nervoso autónomo, há também um controlo hormonal, com a participação das hormonas gastrina, colecistocinina, secretina e péptido inibidor gástrico.
A gastrina, secretada pela mucosa da cavidade gástrica, é libertada para o lúmen devido à presença de péptidos ou à distensão do estômago, provocada pela entrada de alimentos. Esta hormona permite o aumento da motilidade gástrica, do grau de constrição do esfíncter esofágico inferior (para prevenir o refluxo do quimo para o esófago), aumentando ainda a motilidade do intestino delgado e da vesícula biliar.
A colecistocinina, secretada pela mucosa do jejuno, é secretada em resposta à presença de aminoácidos ou ácidos gordos no intestino delgado, conduzindo ao aumento da contractilidade da vesícula biliar e à inibição da motilidade gástrica.
A secretina é produzida pela mucosa do duodeno, sendo libertada quando se verifica a presença de ácido no intestino delgado, provocando a inibição da motilidade da maior parte do tubo digestivo, facilitando a absorção.
O péptido inibidor gástrico é elaborado pela mucosa do intestino delgado superior, sendo libertado aquando da presença de ácidos gordos ou monossacarídeos no intestino delgado. Faz com que a actividade motora do estômago diminua, o que tem como consequência um esvaziamento mais lento do conteúdo gástrico.

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