sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sistema nervoso

O sistema nervoso é o conjunto de nervos, gânglios e centros nervosos que asseguram o comando e a coordenação das funções vitais além da recepção das mensagens sensoriais. É constituído pelo sistema nervoso central, que inclui o encéfalo e a espinal medula, e pelo sistema nervoso periférico, que inclui o sistema somático e o sistema autónomo. O sistema nervoso somático é composto pelos nervos sensoriais, que mantêm o corpo em contacto com o mundo exterior, e pelos nervos que comandam as reacções do corpo a esse mundo exterior. O sistema nervoso autónomo controla o funcionamento interno do organismo - a respiração, o ritmo cardíaco e outras actividades fisiológicas -, além de determinadas reacções físicas relacionadas com emoções.
No sistema nervoso central, a espinal medula é a parte do eixo cerebroespinal com aspecto de cordão branco, subcilíndrico, que apresenta dois sulcos profundos, um anterior e um posterior, e alguns sulcos laterais. Encontra-se alojada no canal raquidiano da coluna vertebral. O encéfalo é composto por cérebro, cerebelo e tronco cerebral (ou bolbo raquidiano). A inteligência, a capacidade de aprender e de julgar, residem nas duas metades - hemisférios - que constituem o cérebro. Este ocupa inteiramente a parte superior do crânio. O cerebelo tem 1/8 do volume do cérebro e as suas funções principais são a manutenção do equilíbrio e a coordenação da actividade muscular. O tronco cerebral inclui o tálamo e o hipotálamo, que regulam as sensações de fome sede, sono e comportamento sexual; o mesencéfalo e a ponte, que transferem impulsos de um local para outro do encéfalo; e a medula, que comanda a respiração, a pressão sanguínea, os batimentos do coração, entre outras actividades vitais. Para um bom funcionamento, o encéfalo requer um ambiente controlado e imutável. Se as quantidades de substâncias químicas de que necessita não forem constantes, ou se for exposto a substâncias estranhas, o encéfalo começa a funcionar anormalmente, com consequências imprevisíveis. Como a corrente sanguínea transporta um certo número de substâncias potencialmente nocivas ao encéfalo, o contacto com estas de certeza provocaria estragos. No entanto, este órgão é diferente de todos os outros, pois está dotado de um sistema de protecção especial, denominado barreira hemato-encefálica. Esta protecção impede as substâncias químicas, formadas por grandes moléculas, de passarem do sangue para o encéfalo. Tal deve-se ao facto de os vasos sanguíneos de menor diâmetro, que no resto do corpo são porosos, não o serem no encéfalo, pois as células destes estão fortemente ligadas entre si. No entanto, as substâncias formadas por moléculas de pequenas dimensões, como o oxigénio, o álcool etílico, a maioria dos anestésicos, transpõem facilmente a barreira. É deste modo que o encéfalo recebe oxigénio e é também esta a razão pela qual uma pessoa se embriaga ou é anestesiada.
Cerca de 10% das células do sistema nervoso são neurónios, os quais, por acção de estímulos, dão origem a impulsos eléctricos transmitidos, de neurónio em neurónio, através das sinapses.
Quando uma parte do encéfalo envia uma mensagem, utiliza dois tipos de energia - a eléctrica e a química. A electricidade transporta a mensagem dentro das células nervosas. Estas passam a mensagem de uma célula para outra, não por contacto, já que entre as células existe um intervalo ou sinapse, mas através de uma substância química designada neurotransmissor, que surge na extremidade da célula assim que a mensagem se aproxima da sinapse. A energia eléctrica, que até aí fizera mover a mensagem, é cortada e esta é transportada pelo neurotransmissor através do canal, até à próxima célula do percurso. Aí, a electricidade surge de novo, repetindo-se o processo, até a mensagem atingir o destino. Uma mensagem, ou melhor, um impulso nervoso, leva de um a três milésimos de segundo a fazer a travessia química. Este transporte é mais lento que a transmissão eléctrica, mas é acelerado se tomarmos uma chávena de café, uma vez que a cafeína activa o processo. Há cerca de 30 neurotransmissores diferentes, produzidos por diferentes partes do encéfalo.
As células nervosas que possuímos já estão presentes no nosso corpo quando nascemos, pelo que, se uma morre não é substituída. No entanto, as células nervosas estão em número tão elevado que cada pessoa possui o suficiente para uma vida inteira. Embora o corpo da célula não possa ser substituído, algumas ramificações podem regenerar-se.
Existem curto-circuitos, na espinal medula, que processam sinais sem esperar instruções do cérebro. O movimento súbito e brusco da perna aquando da martelada no joelho é um desses reflexos. A percussão no tendão do joelho origina um sinal que é enviado ao cérebro. Este, quando chega à espinal medula, é interceptado. É então enviado um sinal, ao músculo da perna, sinal esse que origina a contracção do músculo e consequente movimento da perna. Este é um teste que se realiza para testar a ligação correcta à medula. A este curto-circuito dá-se o nome de arco-reflexo.
Cada metade do cérebro é especialmente dotada para determinadas funções. O hemisfério direito comanda o lado esquerdo do corpo e vice-versa. Além disso, o hemisfério esquerdo é especializado na linguagem, matemática e pensamento, enquanto o hemisfério direito é especializado na percepção do espaço, na apreciação da música, das artes, no pensamento intuitivo e na criatividade. De um modo geral, cada hemisfério tem um estilo próprio - o esquerdo tende a ser racional, lógico e analítico e o direito tende a ser emocional, intuitivo e generalizado.

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