sexta-feira, 5 de junho de 2009

Homeostasia

Podemos aperceber-nos da maravilhosa máquina que é o nosso corpo se pensarmos no facto de que o nosso corpo é constituído por triliões de células, que centenas de processos fisiológicos se realizam em cada segundo e que raramente funciona mal. Walter Canon, fisiologista americano do princípio do século vinte, referiu a "sabedoria do corpo" e criou a palavra homeostasia para descrever a capacidade de manutenção de condições internas estáveis face às contínuas alterações do meio exterior. Embora a tradução literal do termo possa ser "inalterável", o termo não designa uma realidade estática ou um estado estático. Pelo contrário, indica um estado dinâmico de equilíbrio, ou de balanço, no qual as condições internas mudam e variam, mas sempre entre amplitudes muita pequenas. Em geral, podemos dizer que o corpo está em homeostasia quando as suas células desempenham adequadamente as suas actividades com regularidade. Mas a manutenção homeostática é muito mais complexa do que pode parecer à primeira vista. Virtualmente cada sistema de órgãos tem um papel a desempenhar na manutenção constante do meio interno. Para que o sangue seja propagado com força adequada para atingir todos os tecidos do corpo é necessário não só que a corrente sanguínea contenha níveis adequados de nutrientes vitais, mas também que sejam controladas a actividade do coração e a pressão sanguínea. Adicionalmente, não deve ser possível a acumulação de produtos tóxicos, e a temperatura do corpo deve ser controlada a fim de possibilitar as condições específicas para que os fenómenos de metabolismo possam ocorrer. Uma inumerável variedade de factores químicos, térmicos e nervosos actuam e interactuam por complexos meios, muitas vezes apoiando e muitas vezes impedindo a capacidade de o corpo manter a "função orientadora".
A comunicação no interior do corpo é essencial para a homeostasia. Esta comunicação é armazenada pelo sistema nervoso e pelo sistema endócrino que utilizam impulsos eléctricos, conduzidos pelos nervos ou hormonas transportadas pelo sangue, como intermediários.
Todos os mecanismos de controlo homeostático têm no mínimo três componentes interdependentes.
O primeiro componente é o centro de controlo, que determina em que ponto e em que medida uma variável deve ser mantida, analisa as informações recebidas e então determina uma resposta apropriada.
O segundo elemento é um receptor. Essencialmente é um tipo de sensor que monitoriza o meio e responde a mudanças denominadas estímulos, pelo envio de informação ao centro de controlo. A corrente de informação do receptor para o centro de controlo ocorre através de uma denominada via aferente.
O terceiro componente é o efector que fornece os meios para que o centro de controlo possa transmitir a resposta aos estímulos. A corrente de informação parte do centro de controlo para o efector ao longo de vias eferentes. O resultado da resposta ao estímulo pode moderar, acabar ou paralisar a reacção.
A regulação da temperatura do corpo pelo hipotálamo ilustra um de muitos processos de o sistema nervoso manter constante o meio interno. O controlo dos níveis de glicose no sangue é um bom exemplo do controlo hormonal pelas hormonas pancreáticas.


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