quarta-feira, 15 de abril de 2009


Osmose

Difusão de água, através de uma membrana permeável ou semipermeável, de um meio hipotónico (menor concentração de soluto) para um meio hipertónico (maior concentração de soluto). Portanto, o movimento osmótico ocorre a favor do gradiente de concentração, ou seja, as moléculas de água deslocam-se de uma área onde as suas moléculas são mais concentradas para uma área onde são menos concentradas. Trata-se de um transporte passivo, não envolvendo gasto de energia.
Para entender este fenómeno - que foi posto em evidência, em 1827, por René Dutrochet - há que analisar o sistema em função do estado da água em cada lado da membrana. O médico francês utilizou um frasco de vidro em que o fundo era tapado por uma bexiga de porco e a boca por uma rolha atravessada por um tubo de pequeno diâmetro, mas comprido. Encheu o frasco com água salgada e mergulhou-o numa tina contendo água destilada. Sendo o vaso, que é atravessado pelo tubo, mantido na vertical, viu que o líquido subia no tubo, o que indicava que a água tinha atravessado a bexiga, contrariando as leis da hidrostática. O fenómeno resultou da passagem da água para o interior do frasco - endosmose - e a passagem da solução para o exterior - exosmose. O aumento de pressão verificado caracteriza a pressão osmótica nas condições de experiência.
De uma forma geral, as células encontram-se num meio isotónico, isto é, a concentração do meio extracelular é idêntica à do meio intracelular, existindo um equilíbrio entre o fluxo de entrada e saída de água. No entanto, a concentração no interior e exterior das células pode ser diferente. O comportamento celular, em função da concentração do meio em que as células se encontram, varia com o tipo de célula - animal ou vegetal - devido principalmente à presença ou ausência de parede celular.
Num meio hipotónico, a água desloca-se para o interior das células, fazendo com que estas aumentem o seu volume e fiquem túrgidas. Nas células animais, ocorre a turgescência, mas também pode ocorrer lise celular. No caso das células vegetais, ocorre a turgescência, com o aumento dos vacúolos e do volume citoplasmático, mas a lise celular é impedida pela presença da parede celular.
Num meio hipertónico, a água desloca-se para o meio extracelular e as células ficam plasmolisadas. No estado de plasmólise, as células animais sofrem retracção celular e diminuição do seu volume. Na plasmólise das células vegetais, não há alteração do volume celular, verificando-se a diminuição do tamanho dos vacúolos e retracção do citoplasma que fica ligado à parede celular apenas pelos plasmodesmos.

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